sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Capítulo 7 - Parte 6

Olá a todos!
Obrigada pelo comentário, Anónima (C).

Anónima (C): Não, o Zac não vai ser frio a fic toda mas a maior parte sim. Afinal, ele é tido como um vilão pela família da Vanessa.
Se calhar a Camilla teve razões para fugir.
Vai gostar dessa parte do capítulo!

Anteriormente:
"- Ainda tem raiva do meu avô?
Rachel Morris riu.
- Ele morreu faz tempo, Vanessa! Não há mais nada para ter raiva. A minha filha sumiu, o meu pai está morto e até o meu marido morreu. Não tenho mais com que me preocupar. Tenho dinheiro e cuido da Liliane. A minha neta, filha da minha filha."


Rachel se virou e entrou em casa, fechando a porta. Vanessa atravessou o jardim, impressionada. Sempre achou Rachel Morris uma mulher fria e rancorosa mas nunca achou que ela fosse obcecada por dinheiro e poder. Tanta obsessão que até queria a mansão Verona à força. Agora entendia porque Camilla não se dava bem com a mãe. Camilla não tinha o pensamento igual ao da mãe. Foi criada com Daniel Morris em Verona. Mas algo ainda não estava certo. Porquê tanto rancor por parte das duas? Ainda havia algo por descobrir.
Vanessa começou a subir o mato, procurando Zac no pasto, com um vento forte. O outono tinha se instalado na vila dos arredores de Londres. Pouco depois, viu Zac andando entre o pasto. Ele usava uma camisa branca e calças de cor preta. Os cabelos castanhos esvoaçavam, embelezando o rosto.
De repente, ele a viu e parou. Ela chegou mais perto, um pouco amedrontada diante daquele olhar.
- Bem? - ele começou.
Vanessa afirmou com a cabeça. Zac estava perguntando sobre Camilla. Ela continuava sem dar sinais de vida.
- Quero conhecer Liliane. Zachary, ela é filha da minha prima. Tenho o direito...
- Já falei que você não tem direitos aqui na minha terra, não entendeu?
- Zachary, por favor.
- Está pedindo, Sra. Foster?
- Pelo amor de Deus!
- Está pedindo?
- Sim. - ela cedeu - Já que é preciso, estou pedindo por favor.
- Você precisa pedir sempre - ele continuou, severo - Já avisei que você e eu só faremos acordos nesses termos.
- Então, por favor, me deixe vê-la.
- Muito bem. - os seus olhos azuis faiscavam, vitoriosos - Você pode visitá-la uma vez por semana.
- Posso levá-la para Verona de vez em quando?
- Não. Pode visitá-la, mas ela não vai descer.
Vanessa viu que não adiantaria discutir. Por enquanto já tinha autorização de visitar Liliane e isso bastava. Se Zac fazia questão que ela subisse para visitar a filha da prima, faria isso. Achava que Liliane precisava de mais amor e carinho do que aquele homem rude seria capaz de dar.
Vanessa continuou parada, indecisa.
- Mais alguma coisa? - perguntou Zac.
- Vou fazer uma festa em Verona quando a reforma acabar. Quero convidar você, a mãe da Camilla e a Liliane.
- Ouvi dizer que você convidou a vila inteira.
- Sim. Achei uma boa ideia mostrar como ficou a mansão.
- Você está querendo exibir o que o seu dinheiro comprou. - disse ele, sarcástico.
- Não! Eu quero partilhar Verona com todos.
- Você quer ver todos admirando a força do seu dinheiro. Não esqueça que o seu dinheiro foi o adubo que fez aquela mansão monstruosa renascer.
- Como você pode falar assim da mansão que te viu crescer enquanto homem?
- Não tenho recordação bonita daquela mansão.
- Ora, já que não gostou do convite, não precisa ir.
- Eu não ia mesmo. Não gosto de obras de caridade e nunca adorei o dinheiro.
"Irónico" - pensou Vanessa - "Rachel Morris falando que tinha obsessão com o dinheiro e Zac diz que não tem."
- Dizem que os Palmer são orgulhosos, mas você é maior que todos eles!
- Sou orgulhoso sim, com muita honra! - disse ele sorrindo e, olhando para ela com desdém, continuou - Pensou que eu iria na terra dos Palmer, como os outros, para prestar minha homenagem ao dinheiro? A mãe da Camilla não vai entrar na mansão Verona. Ela não deseja entrar nunca mais naquela casa! Que ideia perfeita, Vanessa Foster!
- Você já veio muitas vezes na terra dos Palmer. - ela provocou - E a mãe da Camilla pode entrar na mansão. O meu avô já morreu. O passado está enterrado.
Zac respirou fundo.
- Você tem razão, o passado está enterrado.
- Tome cuidado para não levar um tiro.
- Já disse uma vez, Vanessa, não tenho medo do seu tiro. Quer que eu fique assobiando para você não errar o alvo?
- Não entendo você.
- Então comece a aprender...
- Não quero!
- Faça como quiser. Você pode errar à vontade. Não me importo.
Ela sentiu vontade de esbofeteá-lo. As pontas dos dedos ardiam. Ele notou as mãos de Vanessa contraindo-se e sorriu.
- Não tente me bater, Sra. Foster. Não tente porque terei o maior prazer em revidar. Lembre-se disso!
Ela lembrou-se e corou, com raiva:
- Você...você é um idiota!
Enquanto Zac dava uma gargalhada, Vanessa desceu correndo a encosta íngreme. Quando ela escorregou no chão húmido, sujando a calça, ele riu ainda mais. Ela levantou logo, não olhou para trás e continuou correndo até sumir de vista.

Naquela noite, quando Vanessa já estava deitada na cama, ouviu Zac assobiando lá fora. Irritada, saiu da cama, vestiu o roupão de lã e pegou a espingarda. Era uma noite clara. A lua prateava a rua. Quando ela abriu a porta da pensão, Zac se escondeu entre as árvores. Vanessa olhou na direção do eco do último assobio, depois virou de costas porque o ruído agora vinha de outro lado. Com raiva, atirou naquela direção contra a escuridão. O tiro a assustou e, durante alguns instantes, deixou-a surda. Depois ela ouviu o assobio irritante de novo, agora do outro lado.
- Vá para o inferno, Zachary Brown! - gritou e voltou para dentro de casa.
Uma gargalhada respondeu a seu grito e ecoou nas árvores. Com muita raiva, Vanessa tirou o roupão e voltou para a cama. Ele podia continuar assobiando a noite inteira, se quisesse. Ela não pretendia mais participar daquela brincadeira.

Um momento Zanessa! A minha leitora Anónima C. já tinha perguntado sobre esses dois e aqui está. O que acharam?
Zac, frio como sempre. É preciso tempo para ele mudar um pouco. Quando o mistério for revelado ele irá se "mostrar" também!

Beijos.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Capítulo 7 - Parte 5 + Divulgação

Olá a todos!
Obrigada pelos comentários.

Anónima: Obrigada. O Zac e a Vanessa vão ter um momento "fofo". Coloco entre aspas porque o Zac na fic é muito frio e não mostra muito os sentimentos. Mas vai haver um clima entre eles. Decidi não criar muitas situações dessas com a Camilla por perto porque o Zac e a Camilla estão casados mas com o desaparecimento dela, os Zanessa vão ter mais momentos perto um do outro.

.: Seja bem-vinda! Já percebi que para você a Camilla é a vilã. Será que é mesmo?!

Vim divulgar dois blogs antes do capítulo de hoje:

Uma parceria promissora entre uma escritora de mistério e suspense (Diana) e uma escritora de romance e drama (Letícia): Por Trás da Cena

O da minha mais recente leitora: Black Beauty

Anteriormente:
"- Até breve, Zachary Brown. Não se preocupe com a minha filha. Ela vai regressar. Acredito nisso. - disse ela, saindo de casa de Zachary.
Vanessa ficou olhando para Zac antes de sair da sua mansão. Zac olhava com uma expressão estranha para Vanessa. Ela se afastou dele, após alguns segundos o olhando."


Quando voltava para Verona, Vanessa ergueu o olhar na direção da casa de Rachel Morris e pensou no mistério da vida da mãe de Camilla. Por que o seu avô, Daniel Morris, tinha se recusado a dar a mansão Verona à filha, já que ela a amava tanto? Por que ele passou para o próprio neto, Joe, se ele não queria a mansão? Por que o pai de Joe não quis a mansão Verona? Por que Daniel Morris deu logo a Joe se podia dar mesmo a Camilla? Afinal, ele era dono da mansão, mesmo que não pudesse dar a mansão a uma mulher, podia dar à sua própria neta, afinal era a sua neta! Tudo isso era muito estranho. Daniel Morris tinha sido um homem duro, mas ele não costumava agir sem bons motivos.
Em Verona, Vanessa admirou, encantada, o progresso da reforma. As obras na estrutura já estavam prontas e os decoradores davam os toques finais no trabalho. Ela deu uma volta pela casa, examinando os quartos com satisfação. Agora Verona tinha renascido.
Vanessa planejava fazer uma festa, para todas as pessoas da vila, comemorando o fim das obras. Chegou a comentar isso com Joe alguns dias depois. Joe até sugeriu que a ocasião seria ótima para reunir fundos para a escola da vila.
- A falta de verbas está prejudicando a escola. - Joe tinha comentado - Precisam de um pequeno ônibus*, por exemplo, para o transporte das crianças.
- Vou dar uma piscina para elas. - tinha dito Vanessa.
- Quanta generosidade! A piscina é um luxo, ainda acho o ônibus mais necessário.
- Doarei o ônibus também. Organizarei a festa em Verona e o dinheiro arrecadado será doado para as despesas da manutenção da escola.
- Está falando sério? - Joe mal acreditava no que ouvia.
- Claro. Quero fazer alguma coisa pelas crianças. Acha que o pessoal da vila vai concordar?
- Se vão concordar? Claro que vão! Ficarão encantados. Mas acho que precisam organizar isso direito. As pessoas da vila com certeza gostarão de participar do projeto.
Vanessa sorriu.
- Claro que sim, obrigada Joseph.

Agora, olhando para as portas e janelas recém-pintadas de Verona, Vanessa sorriu pensando na festa de inauguração. Verona se transformaria num orgulho para a região inteira. E ela queria se integrar com o povo da região. Os Palmer sempre tinham sido pessoas destacadas, importantes. Nasciam, viviam e eram enterradas na vila, eles conheciam todos. Os boatos sobre a vida dos Palmer sempre divertiam a vila. Amados ou odiados, eles eram pessoas muito faladas.
No dia seguinte, Vanessa subiu o caminho até à mansão de Rachel Morris, com a intenção de visitar a mãe de Camilla e Liliane. O vento do outono já se fazia sentir e as primeiras chuvas já caíam na região.
Quando Vanessa bateu na porta da frente, Rachel apareceu.
- Imaginei que você viria. - disse ela simplesmente.
- Posso ver Liliane? Não acha que tenho o direito de visitá-la?
- O que eu acho não tem importância. É melhor você falar com o pai dela.
- Okay, eu vou à mansão dele.
Vanessa ia para se afastar mas Rachel trava.
- Ele está aqui perto. Naquele mato ali. - apontou. Realmente, não era muito longe. Mas tinha pedras e era íngreme e podia escorregar.
- Lá em cima? - perguntou Vanessa.
- É - Rachel olhou para as roupas de Vanessa - Você vai sujar a sua calça.
- Vou subir e falar com ele. - disse ela com um olhar de desafio.
- Pois é. Achei que você iria.
Elas ficaram olhando uma para a outra. Vanessa corou e seus olhos castanhos interrogaram a mãe de Camilla. Rachel conhecia o passado. Ela sabia de tudo o que tinha acontecido entre Zac e Vanessa. Mas será que conhecia o presente também? Guiada pelo instinto, Vanessa perguntou, de repente:
- Por que o meu avô não lhe deu a mansão Verona?
- Isso é da sua conta? - Rachel reagiu, fria.
- Não. Não é. Desculpe.
Ela se virou, mas a voz de Rachel, séria mas sem qualquer outra emoção, soou, como se estivesse falando sozinha.
- Com os meus vinte anos o meu nome estava como sendo a futura dona da mansão Verona. Afinal, era a filha mais velha. O pai do Joe nasceu dois anos depois de mim. Acontece que fiz muita besteira na minha vida. Quando eu tinha vinte e um anos, era noiva de um homem rico, o pai da Camilla. Um grande empresário. Ele me dava poder, riqueza, algo que eu queria. Para ser sincera, eu não era apaixonada por ele, mas casei com ele. E fomos casados até a morte dele ainda há pouco tempo. O meu pai nunca gostou muito da minha paixão pelo poder e pelo dinheiro. Sempre fui uma garotinha apaixonada por riqueza. Nem faço ideia de onde é que isso saiu.
Queria com todas as minhas forças Verona. Afinal, era a única coisa que me dava poder e que estava nas mãos do meu pai, eu não tinha direito a nada, só depois da morte dele.
Me tornei tão obcecada com o dinheiro que tentei até o obrigar a passar Verona para meu nome mesmo antes da sua morte. Ele não gostou e me expulsou da mansão dizendo para nunca mais entrar naquela casa. A partir daquele momento, o meu nome já não estava como futura dona da mansão Verona. Nessa altura, Camilla e Joe já eram nascidos. Camilla tinha 7 anos. Ele me expulsou de casa e ficou cuidando da Camilla por mim. Não pude levar a minha filha comigo. A Camilla ficou com vocês, sendo criada em Verona. Ela nunca mais teve ao lado da mãe. Fiz a minha vida ao lado do meu marido todos esses anos. Quando a Camilla fez 15 anos, ela foi até aos Estados Unidos comigo e com o pai. O meu pai me deixou levá-la. Camilla foi educada pelo Daniel Morris e sabia que ela não teria essa obsessão pelo dinheiro como eu tenho. Ela ficou por lá durante dois anos, aos 17 anos regressou, como você sabe. Voltámos para eu saber se a mansão Verona ficou mesmo para a Camilla. Soube que não, ele deu ao meu irmão, mas ele não quis e deixou para o meu sobrinho Joe. Depois do casamento da Camilla com o Zac, o Daniel Morris faleceu e depois é o que passa agora.
- Mas...era mesmo para ser a senhora a ter Verona... - disse Vanessa, tentando digerir o que tinha acabado de ouvir.
- Sim. - apenas respondeu.
- Mas a sua ideia era ter a mansão só para você ou vendê-la como fez o Joseph?
- No início era para ficar comigo. Para mostrar poder. Só ficaria feliz se tivesse Verona comigo.
- Quem sabe disso?
- Toda a família Morris e o Zac.
- Ainda tem raiva do meu avô?
Rachel Morris riu.
- Ele morreu faz tempo, Vanessa! Não há mais nada para ter raiva. A minha filha sumiu, o meu pai está morto e até o meu marido morreu. Não tenho mais com que me preocupar. Tenho dinheiro e cuido da Liliane. A minha neta, filha da minha filha.

* ônibus é autocarro em Portugal.

O que acharam da revelação da mãe da Camilla? Eu tinha dito para vocês não se esquecerem dela. Ela vai ser muito importante para a revelação do mistério.
Gostaria de ter opiniões. Agradeço.

Beijos.