Capitulo 7 - Parte 3

Olá a todos!
Obrigada pelos comentários.

Anteriormente:
 Demetria tornou-se adulta muito cedo.
- Ouvi falar dela - disse Joe e Demetria deixou as tristes recordações de lado voltando ao presente - Gostava muito de sua mãe?
- Muito.
- E seu pai? Gosta dele?
...

Capitulo 7 - Parte 3

Tom regressou a casa. Camilla tinha ligado para ele.
- Oi amor! Tudo bem?
- Você por acaso sabe onde se meteu a Miley? - a voz da Camilla o assustou. Camilla estava chateada.
- Sim amor. Houve uns problemas com ela.
A voz de Camilla voltou calma.
- O que aconteceu com ela?
- Nada de mal a ela. Foi com a Selena, a melhor amiga de sua irmã.
- Ah, sim...a Selena Williams.
- Cam, eu sei que vocês não se dão muito bem, eu sei isso mas tenta ter algum respeito por ela.
- Eu tenho respeito por ela. Mas então, o que aconteceu com ela?
- Houve uma tentativa de violação. O David Wilson tentou abusá-la.
- O quê? - a voz de Camilla notava alguma surpresa - David Wilson? O empresário?
- Sim, o empresário. O ex namorado da Selena.
- Cafageste! E como ela está?
- Está bem. Um pouco abalada mas bem dentro do possível.
- Alguma novidade me avisa. Eu vou me deitar e esperar por alguma noticia da Miles.
- Ok. Até amanhã meu amor.
- Até amanhã Tom.
Tom terminou a chamada e ficou pensando se teria feito bem em contar a verdade para Camilla. Afinal, Camilla não conseguia guardar segredos. Talvez fosse bom Camilla contar a Londres inteira que um empresário famoso tinha tentado violar uma mulher assim talvez David fosse preso mais facilmente.
Entretanto, Demetria tentava uma resposta para a pergunta de Joe Harris. A pergunta era complicada e Demetria ficou de guarda.
- Não vou discutir sobre meu pai com você!
- Ele é um assunto um tanto maçante, concordo.
O garçom aproximou-se e começou a tirar os pratos praticamente intocados, olhando-os com ar ofendido.
- O peixe não estava a seu gosto, senhor?
- Tudo bem. É que não estamos com apetite. - desculpou-se Joe, e o homem lançou-lhe um olhar sério achando que eles deviam ser lunáticos por encomendar um prato tão caro e não comer.
- Café? - sugeriu Joe.
- Gostaria.
- Com açúcar, madame?
- Não. Café amargo. - esperou que o homem se afastasse e perguntou: - O que foi que meu pai lhe fez?
- A mim? Quase nada. Até que me pagava bem!
- Sabe o que quero dizer. O que tem contra ele?
- Fora o facto de ele menosprezar as medidas de segurança das fábricas, discutir sobre cada centavo que gastava, ser mal-humorado e intolerante com os empregados e nunca esquecer uma ofensa...que mais tenho contra ele? É isso que quer saber?
- justamente. Esses detalhes não justificam a animosidade que sente.
- Não justificam? - ele estava novamente no gozo.
- Não sou burra.
- Nunca pensei que fosse. É mais do que óbvio que você é inteligente.
- Obrigada. - sua voz saiu um tanto rispida mas teve a impressão de que o que ele disse não foi apenas ironia e acrescentou - Não estou sendo irónica.
- Você parece ficar melindrada por isso. Porque deveria esconder que é inteligente?
- É que, pelos vistos, a maioria dos homens não acha que seja uma qualidade. Já ouvi muitas vezes dizerem que sou inteligente mas sempre num tom de voz que demonstra que a pessoa está ressentida por causa disso.
- Você deve conhecer uma porção de homens com complexo de inferioridade.
Ela riu.
- Pode ser. Porque nunca me ocorreu essa explicação?
- Mas não creio que você tenha outros defeitos.  - disse brincalhão.
Demetria corou.
- Meu senso de humor também parece aborrecer os homens.
- Talvez porque você o use em momentos impróprios. Pude notar essa tendência na outra noite.
Demetria deu um sorriso sem graça.
- Desculpe.
- Apesar de que aquilo foi mais uma forma que você achou para me esfriar do que propriamente uma graça.
- Foi mesmo? Mas estamos nos desviando do assunto.
- E qual era o assunto? Esqueci!
- Meu pai.
- Não é o meu tópico favorito. Vamos esquecer? Poderia estragar uma noite tão agradável...
O garçom serviu o café e ele tomou um gole.
- Por falar em agradável, aceita um pouco de licor?
- Não, obrigada.
Demetria percebeu que ele não ia mais falar em seu pai.
- Quando você estava na escola era boa em desenho?
- Não era má. E você? No que se sobressaía?
Seus olhos tornaram-se brincalhões.
- Coleccionar namoradinhas. Era meu passatempo favorito.
- Não duvido. Nada de electrónica então?
- Eu costumava mexer nas peças de rádio. Nosso professor de ciências era um entusiasta em comunicação e me ensinou uma porção de macetes. Chegamos a montar juntos um aparelho de televisão para a escola.
- E funcionava?
- Se funcionava? - repetiu rindo - Claro que sim. Que pergunta! Agora você me me ofendeu.
Olhou em torno procurando pelo garçom e pediu a conta.

Pronto.
Espero que tenham gostado.

Beijos.