Capitulo 7 - Parte 8

Olá a todos!
Obrigada pelos comentários e pelos parabéns.
Já fiz dois dos meus exames. Correram bem. Enfim...espero passar!
Agora o capitulo.

Anteriormente:

- Salmão? Ótimo, em casa nunca fazemos salmão.
Vanessa deu um olhar de advertência ao marido.
- Fazemos sim, muitas vezes.
- Algumas vezes. - emendou Zachary.
Ambos olharam para Demetria como se desculpando por terem estado perto de uma discussão e ela pensou se aquele casamento era tão perfeito como se dizia.
...

- Zac, pode me dar uma mão ajudando a trazer as coisas para a mesa? - pediu Demetria encaminhando-se para a cozinha.
Vanessa levantou para olhar mais de perto um quadro que Demetria tinha desenhado e Zachary seguiu a irmã até à cozinha.
Olhou em volta atarantado.
- O que devo fazer?
- Como estão as coisas na empresa? - perguntou Demetria enquanto ligava o forno.
- Bem. - respondeu com entusiasmo.
- E papai, como vai?
- Bem. - disse Zachary com menos entusiasmo.
- E você e Vanessa?
- Bem. - dessa vez estava desanimado. Deu um risinho nervoso - Altos e baixos. Você sabe como é esse negócio de casamento.
- Sei. Pelo que papai me disse tive a impressão de que há algum pequeno problema na empresa.
- Pequeno. - Zachary foi cauteloso, tentando adivinhar, pela expressão da irmã, quanto ela sabia a respeito.
- Papai anda preocupado com Joe Harris.
O rosto do irmão teve uma mudança brusca. Parecia que ia engasgar.
- É...está.
- E você?
Ele lançou-lhe um olhar alarmado como se tivesse caído numa armadilha. Olhou para a porta da cozinha e foi fechá-la. Baixando a voz disse:
- Não fale tão alto, Vanessa pode ouvir.
- Ela não está sabendo? -perguntou Demetria tentando imaginar o que Vanessa não sabia e que importância tão grande teria aquilo para ela não poder saber.
- Santo Deus! Claro que ela não sabe!
- É claro que não. - Demetria concordou fazendo um tremendo esforço de inteligência - Você não ia querer que ela descobrisse não é mesmo?
"Descobrir o quê?" - pensou Demetria.
- Seria o fim do mundo. - disse o irmão de cabeça baixa.
- Ela não ia gostar. - Demetria forçou imaginando como poderia arrancar o tão esperado esclarecimento sem que ele suspeitasse de que ela estava por fora.
- Ela nunca me perdoaria. Você sabe, isso foi antes de conhecê-la, mas, mesmo assim, não é coisa que se confesse...
- Joe Harris não poderia contar? - estava atirando perto do alvo.
Zachary ergueu a cabeça bruscamente, apavorado.
- Ele está ameaçando fazer isso? Papai não me contou. Deus do céu! Isso é chantagem! Harris é muito vivo mas não faria uma sujeira dessas. Quero dizer, mexer em águas passadas, depois de tantos anos. Reconheço que não fui um bom exemplo mas se ele quisesse me enredar já o teria feito há muito tempo. Não, ele não contaria. Não tenho nada contra Harris. Papai é quem o detesta. Harris culpou a ele, não a mim, você sabe, ele me disse isso um dia. Foi bastante rude comigo. Disse que eu não tinha espinha dorsal, que era um covarde. Há uma certa verdade nisso. Mas não acredito que Harris conte a Vanessa. O que a faz pensar que sim?
- Só imaginei. - disse Demetria tentando juntar as peças daquele quebra-cabeça.
- Não, não, ele não faria isso. Naturalmente, está de olho na empresa. Sabe coisas demais. Sabe onde foram enterrados todos os cadáveres. Entende o que quero dizer?
- Entendo. - concordou, sem compreender nada.
- Papai nunca devia ter brigado com ele. Mas depois que casei com a Vanessa a bomba explodiu. Harris ficou com sete pedras na mão depois disso. É inteligente, você sabe. Com ele, não tenho chance.
Demetria admirou-se de tanta sinceridade e disse, sorrindo:
- Você é muito honesto em dizer isso, Zac.
O irmão olhou para ela.
- Nunca consegui me entrar naquela empresa a fundo. É um trabalho estafante que vai acabar matando papai.
- Espero que não. - E o sorriso de Demetria se apagou.
- Algum problema?
Vanessa tinha aberto a porta e estava olhando para dentro da cozinha com ar acusador.
- Desculpe! Começamos a falar e esquecemos da vida. Por favor, Zac, pode levar essa travessa para a mesa? Já vamos indo Vanessa.
Aquela tinha sido a última chance de falar com o irmão a sós, mas, pelo que tinha ouvido, pôde formar uma vaga ideia do mistério. Era claro que a discórdia entre Joe e o pai era de caráter pessoal e se relacionava com algo que Zac havia feito no passado.
A cabeça de Demetria quase entrou em curto-circuito quando tentou imaginar o irmão tão manso cometendo uma ação condenável.
Mas era óbvio que ele tinha feito alguma coisa.

Pronto.
Espero que tenham gostado.

Beijos.