terça-feira, 29 de novembro de 2022

Desafio World Cup Literário - Resultados Fase 2

 Olá a todos!

 Aqui chegam os resultados da Fase 2. Foram um pouco mais difíceis, mas aqui estão!


 Resultados:
 25/11: Qatar - Senegal = Vence Senegal 1-3; Países Baixos - Equador = Empate; País de Gales - Irão = Vence Irão 0-2; Inglaterra - USA = Empate.
 26/11: Polónia - Arábia Saudita = Vence Polónia 2-0; Argentina - México = Vence Argentina 2-0; Tunísia - Austrália = Vence Austrália 0-1França - Dinamarca = Vence França 2-1.
 27/11: Japão - Costa Rica = Vence Costa Rica 0-1; Espanha - Alemanha = EmpateBélgica - Marrocos = Vence Marrocos 0-2; Croácia - Canadá = Vence Croácia 4-1.
 28/11: Camarões - Sérvia = EmpateBrasil - Suíça = Vence Brasil 1-0; Coreia do Sul - Gana = Vence Gana 2-3; Portugal - Uruguai = Vence Portugal 2-0.

 A segunda fase deu 7 livros lusófonos e 4 livros estrangeiros, sem contar com os empates.

 Empates: Países Baixos - Equador: Livro Estrangeiro; Inglaterra - USA: Livro Lusófono; Espanha - Alemanha - Livro Estrangeiro; Camarões - Sérvia - Livro Estrangeiro


(AVISO: As regras referem que o país que torcemos não precisamos de fazer).

 Lusófonos:


 Nome: As Longas Noites de Caxias
 Autor(a): Ana Cristina Silva
 Sinopse: Enquanto despia, humilhava e espancava as suas vítimas na sede da polícia política, perguntava: «Fala ou não fala, sua puta?» Chamavam-lhe pide Leninha e era o terror entre as mulheres que a ditadura perseguiu.

 Cresceu num cenário de violência doméstica, foi beijada por Salazar quando era pequena e sonhava ser polícia. Insultava, batia e humilhava outras mulheres diariamente. Era essa a sua profissão, ser um monstro.

 Leninha, assim ficou conhecida nos corredores da polícia política portuguesa, a PIDE, demonstrou desde cedo um particular fascínio pelo mal. Venerava Salazar e tinha um sonho: servir a ditadura.

 O seu caminho cruza-se com o de Laura, namorada de Ribeiro dos Santos, jovem estudante morto pela polícia e que marcará o movimento estudantil contra o regime. Apesar dos inúmeros requintes de malvadez da agente, a rapariga nunca verga, mas fica para sempre marcada pela sinistra Leninha.

 Acabarão por reencontrar-se anos mais tarde num julgamento marcado por fortes emoções.

 Um grande romance sobre o Portugal contemporâneo e a perfídia da ditadura. Um retrato inédito sobre uma mulher que venerava Salazar e que usava as estratégias mais violentas e humilhantes para obter confissões junto dos presos políticos, que foi traída pelo marido e que acabou vítima de um cancro, sem nunca se arrepender do seu passado.

 Opinião: Fala sobre uma época portuguesa antes do 25 de Abril.



 Nome: A Hora da Estrela
 Autor(a): Clarice Lispector
 Número de Páginas: 88
 Sinopse: Último livro escrito por Clarice Lispector, A hora da estrela é também uma despedida. Lançada pouco antes de sua morte, em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. Em A hora da estrela, Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice. Na Dedicatória do Autor, um pequeno texto que introduz a história propriamente dita, a autora dedica a obra e ela própria à música de Schumann, Beethoven, Bach, Chopin, Stravinsky, Richard Strauss, Debussy, Marlos Nobre, Prokofiev, Carl Orff, Schönberg e outros "que em mim atingiram zonas assustadoramente inesperadas". Macabéa, a nordestina, cumpre seu destino sem reclamar. Feia, magra, sem entender muito bem o que se passa à sua volta, é maltratada pelo namorado Olímpico e pela colega Glória. Os dois são o seu oposto: o metalúrgico Olímpico sonha alto e quer ser deputado, e Glória, carioca da gema e gorda, tem família e hora certa para comer. Os dois acabam juntos, enquanto Macabéa, sozinha, continua a viver sem saber por que está vivendo, sem pensar no futuro nem sonhar com uma vida melhor. Até que um dia, seguindo uma recomendação de Glória, procura a cartomante Carlota. Nova edição, agora com projeto gráfico de Victor Burton e capa criada a partir de pinturas da própria Clarice. Esta edição traz posfácio de Paulo Gurgel Valente.

 Opinião: Um clássico!




 Nome: As Memórias Póstumas de Brás Cubas
 Autor(a): Machado de Assis
 Número de Páginas: 320
 Sinopse: Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro, onde viveria sempre até à morte em 1908. Pouco se sabe da sua infância, mas vários factores concorreram para criar dele a ideia do indivíduo excepcional destinado cedo a ser esmagado pelo sofrimento e pela discriminação: os pais pobres - ele filho de mulatos forros, pintor de profissão, ela uma lavadeira açoriana —, a epilepsia, a gaguez, até a timidez, decerto representavam enormes obstáculos numa sociedade assente na escravatura e na discriminação racial. No entanto, parece que as dificuldades e os sofrimentos do jovem Machado de Assis não foram muito avassaladores, ou pelo menos não o impediram de aprender, bem e depressa, e de cedo se orientar na carreira literária com sucesso aparentemente fácil. Publicou o primeiro poema em 1855, no jornal A Marmota Fluminense. Ingressou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Foi revisor de provas e redactor do Diário do Rio de Janeiro. A colocação no Ministério de Comércio e Indústria iniciou uma carreira segura e monótona de funcionário público, que manteve toda a vida.

 Como jornalista e homem de letras, Machado de Assis conquistou cedo enorme reputação e até autoridade no Rio de Janeiro. A sua actividade literária, que se iria exercer em praticamente todos os géneros - romance, conto, poesia, teatro, crítica literária e teatral, crónica — teve duas etapas, antes e depois de Memórias póstumas de Brás Cubas (1881). Depois do Brás Cubas, apareceriam quatro romances e cinco reuniões de contos que contêm dezenas de obras-primas do género em qualquer língua. Já em vida considerado o maior escritor brasileiro de sempre, fundou em 1896 a Academia Brasileira de Letras, de que foi o primeiro presidente.

 Opinião: Mais um clássico que deixei na lista!


 Nome: O Xângo de Baker
 Autor(a): Jô Soares
 Número de Páginas: 280
 Sinopse: Estamos em 1886, o ano da primeira e triunfal tornée de Sarah Bernhardt no Brasil. Na corte de D.Pedro II, passa-se um facto estranho: desaparece o último Stradivarius fabricado, oferecido pelo próprio à baronesa de Avaré. Ao mesmo tempo alguém começa a assassinar jovens mulheres, decepando-lhes sistematicamente as orelhas e deixando nos corpos uma corda de violino. Sherlock Holmes é convidado a resolver o estranho caso. Misturando realidade e ficção, Jô Soares fez deste enredo o ponto de partida de um extraordinário e inspirado romance que ressuscita com rigor histórico os coloridos e contrastantes ambientes do Rio oitocentista.
 
 Opinião: É um humor maravilhoso!


 Nome: A Invenção de Orfeu
 Autor(a): Jorge de Lima
 Número de Páginas: 431

 Opinião: Uma poesia épica que envolve o mito de órfeu.


 Nome: Morte e Vida Severina
 Autor(a): João Cabral de Melo Neto
 Número de Páginas: 169

 Opinião: Uma obra de poesia. Um clássico.


 Nome: Crónica da Casa Assassinada
 Autor(a): Lúcio Cardoso
 Número de Páginas: 560
 Sinopse: Uma família em franca derrocada social e moral, uma história que somente é conhecida pelo relato das suas próprias personagens, por meio de cartas, diários, memórias, confissões e depoimentos, e cujos temas centrais são o adultério e o incesto, a loucura e a decadência: Crónica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso, finalmente é lançada em Portugal no ano em que se completam os 50 anos do falecimento do seu autor.
 O premiado escritor Lúcio Cardoso (1912-1968), reconhecido pela Academia Brasileira de Letras em 1966, ao lhe conferir o Prémio Machado de Assis pelo conjunto da sua obra, constrói uma narrativa densa, cheia de ciúmes, rancores e perversões, onde as relações e as intrigas entre as personagens estão muito além das aparências. Esse facto torna Crónica da Casa Assassinada um romance muito particular dentro da história da literatura brasileira, por não se enquadrar facilmente num único tipo de produção literária.

 O viés psicológico e regionalista se encontram em processos metafóricos e metonímicos que se combinam sem que se oponham. Desse modo, o tom intimista com que é realizada a exploração das personagens enigmáticas dá forma e sustentação para a contestação da cultura campesina brasileira, lida na desagregação das tradicionais formas de relação familiar. Épico na composição e premissa e impressionante na execução, a obra-prima de Cardoso, publicada originalmente em 1959, é uma realização retumbante e um implacável exame da alma da oligarquia latifundiária decadente brasileira.

 Numa linguagem altamente metafórica, cria-se um esquema estruturalmente complexo, no qual a verdade e a mentira atingem os limites do paroxismo. Em 1971, Crónica da casa assassinada foi adaptado para o cinema pelo realizador Paulo César Saraceni, com Norma Bengell, Carlos Kroeber e Nelson Dantas nos papéis principais e com trilha sonora composta por Tom Jobim; em 2011, foi adaptado para o teatro, com guião de Dib Carneiro, e realização de Gabriel Villela.

 Em 2017, o grande romance do grande Lúcio Cardoso, recebeu em Nova Iorque o Prémio do Melhor Livro Traduzido no seu lançamento nos Estados Unidos da América.

 Lúcio Cardoso, a partir de um estilo inconfundível e um amplo domínio literário, expressa toda a sua expertise e erudição numa história cativante e original, repleta de mistérios, traições, violência e erotismo.

 Opinião: Um livro incrível de literatura lusófona!

 Estrangeiros:



 Nome: Miguel Strogoff
 Autor(a): Jules Verne
 Número de Páginas: 426
 Sinopse: O correio secreto do Czar tem de atravessar o vastíssimo território da Rússia numa missão de vida ou morte. O livro icónico que trouxe a Rússia para tema literário da grande literatura ocidental.  Uma das obras mais traduzidas do mundo, Miguel Strogoff é um dos maiores triunfos literários (e comerciais) de Jules Verne.

 O Cã dos Tártaros incita a uma rebelião que divide a Rússia; na longínqua cidade de Irkutsk o irmão do Czar lidera a resistência. O correio do Czar, Miguel Strogoff é enviado numa missão secreta: furar as linhas inimigas e informar o irmão do Czar sobre o traidor que tem vindo a minar a resistência.

 Pelo caminho, Strogoff vai encontrando diversos personagens mais ou menos envolvidos no drama que envolve e põe em risco a nação. E os riscos que corre são cada vez maiores. Chegará o correio a tempo de evitar a queda de Irkutsk e a perda do império?

 Ao mesmo tempo romance de aventuras e soberbo retrato de uma nação dividida por várias culturas e realidades Miguel Strogoff foi alvo de centenas de adaptações ao cinema, televisão, animação, banda desenhada, teatro, e jogos de computador.

 Verne, o autor que pouco saiu da sua França Natal - salvo para visitar os Estados Unidos, um curto passeio pelo Reino Unido e vir a Portugal - escreveu sobre todo o mundo através de relatos de colegas seus da Sociedade de Geografia e da Academia Francesa, neste caso o consultor foi o grande patriarca das letras russas, Ivan Turgenev, na altura radicado em França.

 Opinião: Mistura literatura com geografia.


 Nome: Passagem para o Oriente
 Autor(a): Mohsin Hamid
 Número de Páginas: 208
 Sinopse: Num cenário de guerra, é possível o amor e a esperança. A história do amor furtivo de Nadia e Saeed tem lugar numa cidade não nomeada cheia de postos de controlo e de bombas, um labirinto humano à beira da rutura.Quando a guerra civil rebenta, surgem estranhos rumores sobre a existência de portas clandestinas que levam a outros países. À medida que a violência aumenta, os dois jovens sabem que têm de deixar para trás a vida que sempre conheceram, embarcando numa viagem sem regresso, vertiginosa e cheia de surpresas.

 Numa mistura singular de realismo e magia, Passagem para o Ocidente é um belíssimo romance sobre refugiados, que nos leva a questionar em que mundo queremos viver.

 Opinião: Uma bonita obra, porém um pouco maçante.



 Nome: Odisseia
 Autor(a): Homero
 Número de Páginas: 688
 Sinopse: A "Odisseia" não é apenas um dos grandes épicos da literatura grega; é também um dos pilares do cânone ocidental, um poema de rara e extraordinária beleza – e o livro que mais influência exerceu, ao longo dos tempos, no imaginário ocidental. 
Quando a "Ilíada" e a "Odisseia" foram compostas, ainda não tinha sido escrita a maior parte dos livros que integram o Antigo Testamento; as duas epopeias homéricas são, para todos os efeitos, os primeiros grandes livros da cultura ocidental.
 Anos depois da sua tradução inicial, Frederico Lourenço regressou ao texto e fez um criteriosa e minuciosa revisão, acrescentando ainda notas e comentários que esclarecem dúvidas sobre o texto, bem como questões de natureza linguística, geográfica ou histórica que se colocam ao leitor de hoje. Este grande trabalho de tradução confirma Frederico Lourenço como o grande tradutor moderno do poema grego.

 Opinião: É um grande clássico!


 Nome: O Pintassilgo
 Autor(a): Donna Tartt
 Número de Páginas: 896
 Sinopse: Theo Decker, um adolescente de 13 anos, vive em Nova Iorque com a mãe com quem partilha uma relação muito próxima e que é a figura parental única, após a separação dos pais pouco antes do trágico acontecimento que dá início a este romance. Theo sobrevive inexplicavelmente ao acidente em que a mãe morre, no dia em que visitavam o Metropolitan Museum. Abandonado pelo pai, Theo é levado para casa da família de um amigo rico. Mas Theo tem dificuldade em se adaptar à sua nova vida em Park Avenue, e sente a falta da mãe como uma dor intolerável. É neste contexto que uma pequena e misteriosa pintura que ela lhe tinha revelado no dia em que morreu se vai impondo a Theo como uma obsessão. E será essa pintura que finalmente, já adulto, o conduzirá a entrar no submundo do crime. O Pintassilgo é um livro poderoso sobre amor e perda, sobrevivência e capacidade de nos reinventarmos, uma brilhante odisseia através da América dos nossos dias, onde o suspense e a arte são dois elementos decisivos para agarrar o leitor.

 Opinião: É uma história linda entre um rapaz e uma pintora. Muito bonita!



 Nome: Fahrenheit 451
 Autor(a): Ray Bradbury
 Número de Páginas: 208
 Sinopse: Guy Montag é um bombeiro. O seu emprego consiste em destruir livros proibidos e as casas onde esses livros estão escondidos. Ele nunca questiona a destruição causada, e no final do dia regressa para a sua vida apática com a esposa, Mildred, que passa o dia imersa na sua televisão. Um dia, Montag conhece a sua excêntrica vizinha Clarisse e é como se um sopro de vida o despertasse para o mundo.  Ela apresenta-o a um passado onde as pessoas viviam sem medo e dá-lhe a conhecer ideias expressas em livros. Quando conhece um professor que lhe fala de um futuro em que as pessoas podem pensar, Montag apercebe-se subitamente do caminho de dissensão que tem de seguir.
Mais de sessenta anos após a sua publicação, o clássico de Ray Bradbury permanece como uma das contribuições mais brilhantes para a literatura distópica e ainda surpreende pela sua audácia e visão profética.

 Opinião: Mais um clássico incrível!


 Nome: O Jogo do Mundo - Rayuela.
 Autor(a): Júlio Cortázar
 Número de Páginas: 632
 Sinopse: O amor turbulento de Oliveira e da «Maga», os amigos do Clube da Serpente, as caminhadas por Paris em busca do Céu e do Inferno, têm o seu outro lado na aventura simétrica de Oliveira, Talita e Traveler, numa Buenos Aires refém da memória.
 A publicação de «O jogo do mundo» (Rayuela) em 1963 foi uma verdadeira revolução no romance mundial: pela primeira vez, um escritor levava até às últimas consequências a vontade de transgredir a ordem tradicional de uma história e a linguagem usada para a contar. O resultado é este livro único, cheio de humor, de risco e de uma originalidade sem precedentes.
 Considerado o romance que melhor retrata as inquietudes e melhor resume o Século XX na visão latino-americana do mundo, desde a sua publicação, gerações de escritores são, de uma maneira ou de outra, devedoras de «O jogo do mundo».

 Opinião: O primeiro livro jogo famoso onde a história dita tradicional não existe.


 Nome: O Homem Sem Qualidades
 Autor(a): Robert Musil
 Número de Páginas: 840
 Sinopse: Esta é uma obra singular e única no panorama da ficção do século XX.
 Mais do que um romance, O Homem sem Qualidades é o maior projecto romanesco, deliberada e quase necessariamente inconcluso e inconclusivo, da literatura do século passado. Um rio sem limites nem margens, que não desagua em nenhum mar conhecido, objecto inclassificável, para lá do "literário" e da ficção.

 No momento da morte inesperada de Musil em 15 de Abril de 1942, no exílio de Genebra, O Homem sem Qualidades é verdadeiramente o "livro por vir", aquele cuja essência - no seu protagonista acentrado, no processo da sua génese, no cerne do seu pensamento - é a de um laboratório de possibilidades que o transformarão na obra aberta por excelência e na "tarefa criadora [mais] desmedida" da história da literatura moderna. O Homem sem Qualidades será, durante mais de duas décadas, a obra em processo de criação e transformação que se autonomiza e se impõe de forma obsessiva e implacável ao próprio criador, aprendiz de feiticeiro que a controla cada vez menos à medida que ela se vai transformando numa rede rizomática de possibilidades de crescimento e de perspectivas de finalização sempre adiada, que parece querer reflectir o próprio feixe aleatório de possibilidades que é aquilo a que chamamos "realidade". Se a ironia é neste livro, como diz Blanchot, "um dom poético e um princípio de método" que modula, não apenas a palavra mas também a própria composição romanesca, na oposição contrapontística permanente e irresolvida entre "a exactidão e a alma", a reflexão e os sentimentos, o indivíduo em busca de si e o mundo dos factos (nas vésperas da Primeira Grande Guerra), essa mesma ironia haveria de determinar todo o acidentado e contraditório processo de génese e de publicação deste objecto literário esquivo que, ao contrario do que frequentemente se tem dito, será mais um não-romance do que um anti-romance.

 Opinião: Uma obra incrível que aconselho.


 Nome: Lolita
 Autor(a): Vladimir Nabokov
 Número de Páginas: 360
 Sinopse: Esta é uma das obras mais conhecidas e controversas do século XX e conta a história de Humbert Humbert, um professor universitário enfadonho e de meia-idade. A sua obsessão por Lolita de 12 anos suscita algumas dúvidas relativamente ao seu carácter: estará ele apaixonado ou tratar-se-á de um louco? Um poeta eloquente ou um pervertido? Uma alma torturada e sofrida ou um monstro? Ou será que Humbert Humbert não será apenas uma mistura de todas estas personagens?Lolita é certamente o romance mais conhecido de Nabokov, mas também por se tratar de uma obra-prima que provocou, à data da sua publicação, um enorme escândalo pela forma como o autor tratava o tema de uma paixão entre um homem maduro e uma adolescente provocante.
 Hoje, que essa aura de escândalo parece ter-se dissipado, o livro, publicado originalmente em 1955, vale por aquilo que é: um verdadeiro clássico da literatura do século XX.

 Opinião: Um clássico que choca o leitor. Mas bom!

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